de Coimbra e Leiria
Defender e afirmar<br> os valores de Abril
No dia 8, em que visitou também o concelho de Peniche, Edgar Silva participou em duas iniciativas no distrito de Coimbra, nas quais afirmou a natureza ímpar da sua candidatura.
O Presidente pode mobilizar o povo para construir um novo rumo
Vindo de Peniche, Edgar Silva rumou a Coimbra para participar num debate organizado pelo Instituto Politécnico, com moderação de um jornalista do Diário As Beiras. Numa iniciativa bastante participada, o candidato apoiado pelo PCP abordou muitos dos problemas do Ensino Superior público e sublinhou a imperiosa necessidade de respeitar e concretizar os valores de Abril inscritos na Constituição da República Portuguesa e, particularmente, os que se relacionam com o direito de acesso de todos aos mais elevados graus de ensino, independente das suas condições sócio-económicas.
Para Edgar Silva, é precisamente o desrespeito pelos princípios constitucionais que tem conduzido ao abandono escolar e à existência de muitos estudantes que perderam o direito à acção social escolar ou que têm que trabalhar em condições terríveis para poder sobreviver e prosseguir os seus estudos. Em resposta a questões colocadas pelos presentes, o candidato abordou ainda matérias como a precariedade no trabalho, o uso abusivo de «estágios profissionais» por parte do patronato, a emigração forçada e o desemprego jovem e de longa duração.
Nas várias intervenções que acabou por proferir, Edgar Silva deixou uma ideia forte: a de que não se pode capitular na luta contra o intolerável ataque às funções sociais do Estado, os cortes no investimento público e a desagregação da Administração Pública – um caminho que, frisou, é defendido por Marcelo Rebelo de Sousa, candidato apoiado pelo PSD e CDS, e que urge derrotar.
Outro rumo
À noite, o candidato comunista à Presidência da República esteve na Figueira da Foz, onde participou numa sessão pública no café «A Nau», que se encheu para a ocasião. Quer nas palavras de lançamento do debate quer na resposta e comentários às questões suscitadas pelos presentes, Edgar Silva abordou temas como o necessário controlo público da banca, a defesa da escola pública e das funções sociais do Estado, o combate à pobreza e à exclusão social.
O candidato referiu-se ainda às dificuldades no acesso à Justiça e ao urgente combate à corrupção, que se relaciona com um dos mais sérios problemas presentes na sociedade portuguesa: a promiscuidade entre os poderes político e económico e o domínio do grande capital sobre a vida nacional. Nesta matéria, Edgar Silva sublinhou também a falta de meios actualmente existente para combate ao crime económico. A comunicação social foi outro dos temas em debate.
Edgar Silva teve ainda oportunidade de reafirmar aquelas que são as competências e responsabilidades constitucionais do Presidente da República e as possibilidades existentes para, no quadro de umas e outras, defender a mobilização do povo português na busca de um outro rumo de desenvolvimento.
Aproveitar recursos
De visita ao concelho de Peniche, no distrito de Leiria, Edgar Silva começou o dia nas instalações da Câmara Municipal, onde foi recebido pelo presidente e pelo vice-presidente da edilidade. Aí, o presidente da Câmara, António José Correia, traçou um retrato da realidade do concelho, destacando o sector da saúde como o alvo preferencial dos últimos governos, com sucessivas tentativas de encerramento das urgências e da passagem do hospital a centro de saúde. Edgar Silva, por sua vez, garantiu «tudo fazer, dentro do quadro dos poderes do Presidente da República, na defesa das populações e dos recursos e potencialidades do nosso País para um desenvolvimento soberano».
Daí seguiu para a Nigel, empresa de preparação e congelação de pescado, que emprega 100 trabalhadores e exporta 80 por cento da sua produção.
A jornada pelo concelho terminou no almoço no restaurante Miramar, que reuniu cerca de 60 apoiantes. Em terra de pescadores, a intervenção do candidato à Presidência da República centrou-se nas questões da economia do mar: «há recursos significativos e relevantes para a economia do mar que têm sido negligenciados e subestimados ao longo dos últimos anos», afirmou, acrescentando que «esta não é uma fatalidade, está ao nosso alcance inverter todos estes processos».